Uganda, a um passo da Idade Média.

Por: Julio Marinho


Com a tentativa de aprovação da lei que pune homossexuais com a pena de morte, Uganda está a um passo da Idade Média. Não é a toa que a África é o continente que tem o maior número de países com leis anti gays no mundo. Isso esta diretamente ligado ao fato da África também ser o continente mais atrasado do mundo. Os índices de desenvolvimento humano nos países africanos são os mais baixos do mundo.


A falta de uma educação básica e os altíssimos níveis de analfabetismo, explicam por si só o alto grau de preconceito, mas JAMAIS justificam toda a intolerância, não só do governo, mas também do povo que apoia esse tipo de medida. Aliado a isso tudo, esta uma grande concentração de igrejas, principalmente evangélicas, que são um combustível a mais para o aumento da intolerância e da violência contra os homossexuais. 

Espero que a ONU tome as medidas cabíveis e imponha sansões rigorosas contra Uganda. Não é admissível que em pleno século XXI, ainda se possa imaginar algo como essa lei, espero também, que além de não ser aprovada essa lei em Uganda, que também fossem revogadas todas as leis que existam no mundo, que punam pessoas pelo simples fato delas existirem. Assim como os negros hoje podem ter algum tipo de liberdade, graças ao fim da escravidão, espero que homossexuais do mundo todo possam andar pelas ruas livremente, sem correr o risco de serem presos, espancados, xingados e/ou mortos. 
 
Segue abaixo reportagem do portal G1:  

Lei que prevê morte para gays em Uganda pode gerar 'efeito dominó' na África

Membros de ONGs analisam consequência de aprovação do projeto; Uganda tem lei anti-homossexualismo, mas novo projeto prevê execução

A África concentra o maior número de países com leis antigays no mundo. São 36 nações, mais da metade do continente, que proíbem legalmente o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Quatro países, Mauritânia, Nigéria, Sudão e Somália, aplicam a pena de morte para quem infringe a norma. Nos próximos dias, esse número pode aumentar para cinco, se Uganda, que já tem uma lei que rejeita o homossexualismo, aprovar um texto mais rígido para condenar a prática homossexual.


Para integrantes de organizações defensoras dos direitos homossexuais, a aprovação da lei de Uganda pode gerar um 'efeito dominó' em mais países africanos. "Esse é nosso grande medo, já que muitos países deram início a debates sobre o tema. No Quênia, processos constitucionais já retiraram conquistas positivas alcançadas antes da proposta de Uganda. A Tanzânia lançou uma campanha contra o ativismo gay, e, na Etiópia, líderes religiosos já se pronunciaram contra o apoio aos direitos homossexuais", disse em entrevista ao G1 Monica Mbaru, queniana, chefe do programa africano da Comissão Internacional pelos Direitos Gays e Lésbicos (sigla IGLHRC, em inglês).


Segundo ela, se o projeto virar lei, o perigo real e a hostilidade alcançarão níveis perigosos, levando a prisões e a justificativas para a violação dos direitos humanos.


A mesma opinião tem o secretário geral da ILGA, Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex, o italiano Renato Sabbadini. Para ele, ação parecida pode ocorrer pelo menos em Ruanda e em países que, assim como Uganda, têm uma presença forte de 'protestantes fundamentalistas'.


Igrejas e seitas protestantes - inclusive americanas - estão por trás do projeto de lei de Uganda.


Segundo uma reportagem publicada pela revista Time, ugandenses apoiadores da lei "parecem estar particularmente impressionados" com as ideias de Scott Lively, um pregador conservador da Califórnia que escreveu um livro ("he Pink Swastika") sobre o que julga serem ligações entre o nazismo e a agenda gay para a dominação do mundo. Outra reportagem, do New York Times, diz que Uganda tem se tornado um "ímã" para grupos evangélicos americanos. "Algumas das personalidades mais importantes da cristandade passaram recentemente por aqui, geralmente trazendo com eles mensagens anti-homossexuais", diz a matéria, de janeiro deste ano.


O texto do projeto de lei busca "estabelecer uma legislação consolidada para proteger a família tradicional proibindo qualquer tipo de relação entre pessoas do mesmo sexo" e ainda objetiva "proteger as crianças e adolescentes de Uganda que estão vulneráveis ao abuso sexual e desvio como resultado de mudanças culturais, de tecnologias de informação livres de censura, órfãos que podem ser criados por casais homossexuais, entre outros".


A pena para quem pratica ato sexual com pessoa do mesmo gênero é prisão perpétua. Se o caso for de 'homossexualidade agravada', que inclui sexo com menor de idade, com pessoas portadoras de AIDS, com pessoas deficientes ou um homossexual 'em série', a pena é execução.


REAÇÃO INTERNACIONAL
Além de protestos organizados por Ongs de diversos países, o presidente americano, Barack Obama, se declarou contra o projeto de lei de Uganda. Num discurso no início de fevereiro, Obama classificou o texto de 'odioso'.


Para Renato Sabbadini, a pressão internacional pode ajudar a evitar a aprovação da lei, "mas um boicote ou sanções comerciais ao país só prejudicariam os mais pobres e não quem criou a lei."


"Num longo prazo, a melhor coisa que a ajuda internacional pode fazer é ajudar as organizações locais para elas quebrarem o isolamento nessas sociedades. Se realmente querem que a homofobia termine nesses locais é preciso endossar o trabalho de organismos locais. Porque isso é uma barreira cultural, estamos falando de uma transformação cultural da sociedade e isso leva tempo."


ORIGENS DA HOSTILIDADE
Segundo Renato Sabbadini, muitas dessas leis anti-homossexuais são, na realidade, resquícios do período colonial. "Principalmente países que estiveram sob o domínio britânico e que usaram como modelo de código penal o código britânico do século XIX. É o caso de Uganda."


Monica Mbaru também cita a herança colonial, mas enfatiza que, "mesmo após a independência, muitos países mantiveram as leis, o que significa que elas servem a uma classe política específica. Os líderes políticos não têm responsabilidade pelo que fazem, pelo que falam em público e pelo que abdicam como preocupação nacional. Em muitos locais em que trabalho há poucas prisões, mas a polícia usa a lei para chantagear e extorquir indivíduos. E não há vontade política em mudar essas leis."


O Globo 

Comentários

  1. É realmente lamentável uma situação dessas, países tão precários que além de limitar muitas de suas pessoas físicamente,ainda é intolerante quanto a sexualidade,algo que eu considerotão..pessoal.
    Mas é fato que não adianta cair em cima e mais nada,a herança da época colonial e também países e instituições intrusas de hoje dificultam muitos assuntos pendentes na África =/

    Uma coisa que me deixou curiosa agora é que se nas culturas antes da colonização havia algum tipo de repulsa ao homossexualismo nesses povos africanos...mas isso só descobriria se pesquisasse a fundo!

    ResponderExcluir
  2. Thais, antes de mais nada, obrigado por comentar. Sobre o fato de existir preconceito antes da colonização, acho que não havia não. Ao que me parece isso era encarado com mais naturalidade, mas vou aprofundar minhas pesquisas e faço um post falando disso. Vlw.

    ResponderExcluir
  3. Oi Thais, pois é lamentável mesmo. Acho que antes das colonizações isso era bem diferente. Até onde eu saiba a homossexualidade era encarada de maneira natural por essas culturas. Vou me aprofundar mais e faço um outro post. Vlw

    ResponderExcluir
  4. È lamentável, mas temos que nos lembrar que - é a realidade- a África, em si, é um país atrasado - pela colonização e tudo.
    Cabe combater, as pessoas de senso, qualquer tipo de preconceito.
    Um estuprador não é visto com tanta maldade quanto um gay que vive na dele. Hipocrisia?


    abç
    Pobre Esponja

    ResponderExcluir
  5. Pois é Pobre Esponja(adorei), triste realidade mesmo.

    ResponderExcluir
  6. Pobre esponja pelos vistos o sr é msmo pobre: De Espirito e de Intelectualidade. Desde quando o continente Africano é um pais???? Para de escrever Merdas e vau estudar rapaZ

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários ofensivos não serão aceitos!