Senadora usa BBB como exemplo da homofobia brasileira

Por: Julio Marinho

Para a senadora Fátima Cleide, uma das maiores defensoras dos direitos LGBT no Congresso Nacional, a vitória de Marcelo Dourado reflete o quanto o Brasil ainda é homofóbico.

"[Dourado] expressa o machismo, a síntese do que é a homofobia. Aqui [no Congresso], nós ouvimos pronunciamentos dizendo que não existe homofobia no Brasil. É preciso rever isso. Nós recebemos uma denúncia de que após a conclusão do programa, outro participante, o Dicesar já recebeu cerca de 11.000 mil ameaças de morte via vários meios de comunicação como orkut, twitter. "Não é mais possível conviver com a omissão do Legislativo. Ninguém quer casamento, matrimonio, o que as pessoas esperam e o reconhecimento da parceira civil".

Concordo com a senadora, mas me pergunto, porque não o casamento também? Não falo do casamento religioso, mas o casamento civil. Se todos são iguais perante a lei, qual o problema? Ou será que a lei faz distinção entre héteros e homos?

Mas o que se busca a priori é o reconhecimento como cidadãos, homem ou mulher, a luta ainda é pelo simples fato de existir, por respeito e que os demais reconheçam que gay devem ter o direito mínimo a vida, a saúde e educação, coisa que ainda não acontece em vários locais onde gays são mortos pelo simples fato de existirem.

A mídia através desses programas pontecializa e reforça o preconceito, jogando no lixo anos de luta e reindivicações dos grupos que tentam a todo custo vencer a barreira do preconceito. Preconceito este que existe entre os próprios gays, que acabam cedendo aos esforços da sociedade e se sentem inferiores de fato. Percebi que muitos gays rejeitaram, por exemplo, o participante Dicesar pelo fato de ser uma "Drag queen", isso mostra o quanto a padronização de atitudes já está enraizada. Para héteros e alguns gays a palavra de ordem é discrição, ou seja, vc pode ser gay, mas tem que ser discreto. Essa é só mais uma armadilha que a sociedade oferece, uma variação do "Don't ask, don't tell" ("Não pergunte, não conte").

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