INSS e sua imperícia

Por: Julio Marinho

Talvez esta seja uma das maiores injustiças impostas aos cidadãos na atualidade, a tão malfadada  e erroneamente intitulada "perícia médica", que de perícia não tem nada, afinal de contas, os tais peritos na verdade são apenas meros avaliadores de patologias isoladas que não tem critério e/ou competência alguma, já que perícia originária do latim "peritia", que significa habilidade, destreza, vistoria ou exame de caráter técnico e especializado (Dicionário do Aurélio, 2.ª edição), não tem nada a ver com o que acontece nas agências do INSS.

Perito - originário do latim "peritu": experimentado, experiente, prático, versátil, aquele que é sabedor ou especialista em determinado assunto (Dicionário do Aurélio, 2.ª edição), é tudo o que esses pseudo avaliadores do INSS não são. Até porque, não são especialistas, ora, como pode um clínico geral pretender avaliar um caso neurológico, por exemplo? Aliás, não somente avaliar como contradizer o médico especialista.

Decerto que tem de haver rigor nessas avaliações, mas rigor não quer dizer injustiça, humilhação e até maus tratos. Nos últimos tempos mais e mais pessoas tem sido humilhadas por esses "peritos", que parecem ter esquecido de uma vez por todas a ética profissional. Por mais que o INSS force uma barra para que os peritos recusem benefícios, os médicos não podem esquecer que são profissionais e não fantoches do poder público. 

Concordo que houve um tempo em que a previdência era usada como máquina de fazer "politicagem", e as aposentadorias e benefícios eram concedidos sem nenhum critério avaliativo, mas isso não pode, de forma alguma, ser usado como desculpa para o que acontece hoje em dia, não se pode pagar o justo pelo pecador. Se houve abusos no passado, culpa do INSS que não soube, ou não quis, fazer a avaliação correta, mas agora também não pode, como medida compensatória e punitiva, sair negando benefícios ou aposentadorias DEVIDAS a torto e a direito.

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